Mortais

Teremos que aprender a cada dia
Em vigília de amor e sacrifício,
O fogo que alimenta também cria,
E assim qualquer amante é um ofício.

O mito que carrega este ensejo
Simboliza em profundo uma jornada,
Beleza de uma alma com desejo
Não é para ser guardada, mas sim dada.

Constante e perigoso todo egoísta
Que acumula poder e sedução,
Sua retórica é arte, ora sofista,

Assim reclama posse de um objeto,
Pessoa taxada em preço e maldição
Não conhece nenhum valor de afeto.

Princípio

Era uma vez, o fim chegou, e não era feliz
Um conto de nada, sem graça, sem moral
Seria bom se fosse ilusão, mas tudo é real
Como a dor, a poética vazia, vida normal

Sem magia, tudo aos pedaços, sem junção
Amarga os sentidos, encarnação do mal
Mesmo assim persiste, e não tem final
Afinal é a morte que encerra o ser total

A realidade não tem preço e nem valor
Basta um cartão de crédito para tal
Hoje, dado a sentença do maior ideal
A capa é o único princípio em geral

Nem sei o que

Não sabe a dor que sinto
Isso é até comum de se ouvir não é
O mais engraçado é escrever isso
Tudo um pouco de confissão

Eu fui o tolo em busca de algo
De algo que me movia profundamente
Ora era amor, ora o divino, ora sentido
Tudo que pudesse extrair dessa matéria

Sobre o que eu nem sei o que sou
Diz o psicólogo que preciso ser
Eu perdi o medo, como também coragem
A vontade de nada é como a morte

A vontade de nada é dor prazerosa
Morte vivida que persiste na vida
Nem loucura seja, seria expurgante
Um pouco de tolice nessas palavras

Sentimentos

Sinto muita dor, a morte eterna
Dolorida frase, verso e verme
Gelo de Nilfheim, fogo de Jahannam
Dança e desgosto, canto angustiante
O fim nunca acaba, o pior momento
Um vazio infinito, constante sofrimento
Martelo que urge, rajadas de medo
Tortura da alma, corpo puro nervo
O coração não para... O coração não para...
O coração não para... O coração não para...