Tal Amor

Alguém pode encontrar tal amor?
Disseram-me que está em cada um
Se cada um são todos onde for
Aonde for tem canção ou verso, hum?
Então por que me chamas de ser louco
Se louco assim é o amor, o teu é pouco.

Extrelas

Me jogo nas estrelas num êxtase
Como quero explodir em super nova
Ser um tigre espacial com qualquer ênfase
Traduzir o universo numa trova
Mais rápido que a luz e gravidade
Transformarei a ficção em realidade

Ide

Noites de adolescente, vai sonhando
Aos vídeos, tempo onírico e dispersos
Em conversa entre si, está coisando,
Contingência do corpo de mil versos,
Viajando sobre a tela do imagético
Ide, transfigurando o ser genético.

Frutos

Não imaginas que nós imaginamos
Uma árvore frondosa em muitos ramos
Com raizes conetivas viram folhas
Como criação que brincam com as bolhas
Estas voam como flores sem um fim
Que lhe permitirá nascer em mim

Temulentus Populi

Essas sementes mal plantadas
Com saco cheio que se vaga,
Que caem no meio das estradas,

Talvez um dia seja uma praga
Que multiplicam nas beiradas,
Então, o carrasco vira draga.

Ego Moinho

Ouça-me bem, preste atenção!
O mundo gira ao seu redor,
Essa ilusão só lhe diz não!

Vai reduzir o teu torpor,
Mal começaste a ilusão
Resmunga muito sobre a dor!

Painel Contente

Chuva lépida do entardecer veludosa
Como bolhas as flutuantes pétalas do jardim
Que verso abrigou o segredo de teu labor
No qual mansidão roça os pensamentos ligeiro
Não foge tuas fulguras das línguas dos amantes

Como véu que disfarça a tua dança
O ritmo exalta animosamente a vida
Dás forma ao beijo e transfigura o lacrimejante
Pela formosa palavra em que si própria entende
Arrebata os corações nos ninhos dos que nascem

Inusitada de Si

Será verdade? Não se pode apaixonar?
Isto vai atrapalhar teus planos,
Se diz tão experiente quanto a mil anos,
Não é por medo sob os teus trapos
Com qual enches de orgulho e recalque,
Cegou os lábios que tanto experimentaram
E agora? Seus olhos só mordiscam...

Só por que tua beleza requer aquisição?
Não serão falácias de quem ama sozinho
Seria eu o produto apresentado de pouco valor
Pois, quem é que denuncia sem querer!?
Pouco sabe, sou "amigo" de poucas horas,
Mas teu sorriso é um gatilho que mata carentes,
Só lhe digo obrigado pelo o vão momento.

Dolor

Até quando vai sofrer com isso?
Sabe que dói, e apenas consente,
Diante do outro, sua dor é maior,
Outra dor não há cura, só a tua,
Mas a tua é apenas solidão da mesma
Não percebe, mesmo diante do outro,
Quer a cura de imediato, consegue?
A cura do outro é a sua dor,
Enquanto viver na mesma linear
Ficará preso diante qualquer paradoxo.

Comunicá-lo

A língua. A comunicação.
Mundo de sonhos, os acordados
Nele comunicamos na ação,
Fantasias e fatos são fadados,
O guia astral ainda sem direção,
Dois aparelhos são transformados;
Um cego, outro sem direção,
Não sei que sei, foram conselhados.

Este Sonho

Ser humano, ser algo, cotidiano
Sobrevive de nova forma, vago
Não consegue, não dorme, todo ano
Razão irracional, próprio imago
Continua, continua, e continua
Suas deusas se tornaram morte crua

Agora estão no fundo da caixinha
Da mente, da loucura, a perdição
Teu sabor da neurose, figurinha
Teu preço de valor é imitação
Que bebe, come, fuma e no fim chora
Pois veja este tempo, diz sem hora

Afunda Mente

Sentir artificial não é tão moderno
Tudo que se torna algo em oficial
Parece que passamos no inverno
Essência concebida sem moral

Ditadora de modos e viver
Controla pensamentos no devir
Vigia comportamento e o que ter
Quer ser dona da vida e teu sentir

Molda-o em ser passivo e que te cala
Repete estas palavras em sua mente
Tudo que estes precisam vem da fala

Mestre da arte retórica e seduz
E se proclama santo e que só mente
Que afasta qualquer um de sua real luz

Imagem Valor

A imagem é de vossa semelhança
Ser como outro semblante, disse não
Mediada por tal cópia de esperança
Então cristalizado por tua mão.

Valorizamos nada dentro, e casca
Com o decorativo favorito.
Paixão dilacerante que te engasga
Apenas ornamentos em um rito,

Mundo de propaganda, sem escolha,
Toda publicidade enganadora
Que seduz cada alma para a bolha,
E te leva destruir em cada hora.

Sem atividade intelectual
Sem crítica, com medo do momento,
Um mundo atravessado num ritual

Tanta contemplação desse egoísmo
Tanta vida que morre nesse alento
Resume em aparência qualquer ismo

De qualquer jeito o mesmo ainda persiste
Sem uma direção sopra outro vento
Levando o tempo morto por ser triste

Imagem Capital

A imagem é o valor capital primeiro
É o que rege o destino tão primitivo
Voltamos na selva, agora de pedras
Representamos um pseudo mundo em realidade
Nossa contemplação de cada dia banal
Agora somos produtores de auto-enganos
Enganamos o outro para enganarmos
A vida é iludida, luz que não propaga
Em cada instante uma nova máscara
Para esconder em sombra o que somos

Almando

A relação é se manter vivo
Mesmo quando esta é difícil
Sua pessoa entra pela minha porta
Quem sabe os ideais se cruzam
Os sonhos tem muito a ensinar
E a natureza ainda é um grande mistério
Pode ser que temos muitos espelhos
Que refletem um ao outro ao mesmo tempo
Nossa memória é um diário de registro
Escrevemos, e abandonamos no fundo da mente
Que paradoxo estar no presente entre tempos
E os sonhos refletem o passado que tivemos
E interpretamos como possibilidades para o futuro
O tempo continua ser o compasso dos loucos
Vivemos vagando em busca de algo
Enquanto que agora estou te querendo

Se Sou Assim Louco

Prazer mais egoísta de possuir
Dizem que estou louco por você
Mas se eu estiver feliz assim?

Que ama sem querer o tal prazer
Quero te soltar para não ir
Mesmo se eu fingir por ti morrer

Um Outro Verão

O adeus vem como tempestade
Tão forte quanto a estação
De seu calor sem acuidade

Outro sabor este verão
Até a paisagem nos degrade
A rotineira da paixão

Neura

Neurologicamente, minha droga
E minha fantasia, comportamentos
Ao qual logicamente às vezes troca
De roupa, e, vem desejos tão violentos

Amor, o que dizer?

O amor, como falar?
Deste tal sentimento
Que falta palavras,

O que é isto do ser?
E será que ele existe?
Mais fáceis perguntas.

Meu Céu

É durante a tarde que vem a dor asas do perdão
Elevo-te seu nome às estrelas, tenho grande zelo
De manhã acordo em teus seios de um azul infinito
Mas somente a noite que bebo de todo seu amor

Grand Guignol

Vejam que algo existe além de nós
Todo mistério acercam de vós
Que fazem quem sou em acreditar
Apenas mais um nesse Grand Guignol

Para provar o tamanho da fé
Nem tudo que vemos é o que é
Nem foi deus e nem o próprio diabo que quis
O mundo desse jeito

Por favor me liberte dessa ilusão
Não sejamos controlados por aqueles que ditam o que são

Quero-a

Oi! Preciso lhe dizer o que sinto tanto
Eu não consigo me soltar
Pelo medo de enfrentar
Vamos combinar em fugir
Para o destino não interferir
Eu a quero do meu lado
Só para ver você sorrir

Por isso quero, quero, quero...
Quero-a só pra mim.

Amor por que me ensinou?
Sem permitir, mas descobri...
O que é sentir a loucura que tanto falou.

Tédio

A única certeza que tenho agora
É ver um gato preto passar em frente
Será que chegou a minha hora
Terei que morrer descontente

Será que ninguém me entende
O tédio me fez silêncio

Hey Joe... Que tédio!
Não pára, não pára, pode pá!

Estar descontente
Me faz ver diferente
Eu sei que está errado
Estamos dominados

Até as Nuvens

Tanto faz traçar os movimentos
Decidir o rumo incerto
Formado pelo os ventos
Tanto faz, tanto faz
Essa corrente, essa forma vazante
Nascida da tristeza
Tanto faz jogar a vida ao mundo
Sentir a frieza tocar o seu corpo
Tanto faz, tanto faz essa fortaleza
Fazer essa grandeza chegar até o topo

Causas

Agora compreendo porque a chuva não parou
Ainda não me lembro qual o vento que soprou
Essa alma ferida ainda suja por dor
Que fez jurar e se vender por amor

Não é no deserto que se escolhe a solidão
Não é no inferno que se tem a punição
Não é numa cruz que se faz uma paixão
Não é nesta vida que darei toda razão

Ausência

Às vezes batem os ventos
E confundo com sua voz
É preciso esconder seus segredos
Partilhado somente entre nós
A angustia me cerca no dia
O que menos espero vai acontecer
E jurar apenas que amar é tudo
Colocando tudo a perder...

Patinha

Quando chega a noite
As estrelas aparecem
Eu fico esperando você aparecer

Como eu já dizia
Minha terra tem palmeiras
Onde cantam uns patinhos
Acordados a noite inteira

Ela é uma patinha
Desengonçada pra voar
Eu sou um bem-te-vi
E louco pra chegar até ela

Ela tem amigos
O marreco e o ganso
O cisne também é amigo de infância

Porém ela comigo não queria encontrar
Mas vinha escondida para ouvir eu cantar

No Salto que Tentei

No salto planejado não acertei
O ginasta da vida elaborou
Lançou-se em seu destino o que falhei
Era uma grande aposta que tentou
No pouso no qual teve me quebrei
Evolução da quântica exaltou

Relações Ética?

Por que elas não dão bola para mim?
O que elas querem, amam ou desejam?
Será que sou tão chato ou gosto ruim?
Por que seja um feio a desagradam?
Ou não tenha dinheiro; ou modo atlético;
Ou não tenha poder; ou ser estético?

Anime

Estilo japonês sua filosofia
As flores de sakura que despendem
Lufas da puberdade quem sorria
Se entregam embriagados os que perdem
Mas está sempre dentro de você
Basta ser calmo e rir até morrer

Sombras de Pedras

As cidades roubam brilhos estelares
Encantam com suas luzes de neon
Embora muitos estejam dormindo

Toda rua acessa para lhe dar falsa segurança
Tudo arquitetado para cidade não parar
A ambição nos levou tão longe afinal
Mas qual é a graça senão de moribundos

Quando olhares para o céu novamente
Verá que cada vez mais a visão empalidece
Seu mundo interno espelhará desvanecido

Se nesta cidade não pode ser mais iluminada
Onde eu encontro pouca gente de brilho
Não posso ser mais tocado pela alma
A noite só se torna um constante perigo

O que fazer? Treme e atrofia o coração
Meus tatos já não mais acreditam na realidade
Rosáceas cinzas se tornam poeiras da cidade

Agora a melancolia brilham em lágrimas
Sepultos ambulantes que se movem sob pedras
Cavernas e grutas que nem fogos se acendem mais