Lágrimas de Novembro

Hoje ela disse que tinha medo,
Do outro que havia lhe deixado,
E das palavras seu desespero
De um coração que foi machucado.

Não há cavalheiro neste vil mundo
Onde o que manda é doce pecado,
Nem gentileza, e para o rei tudo
E sem amor tudo está acabado.

Não afogues dentro de ti menina,
Lágrimas, lágrimas do noivado
Um juramento com quem mantinha
Toda confiança nele quebrado.

Agora sim, chegou a tempestade
Vindo soprar a dor neste lado,
Quem te perdeu uma vez tão bem sabe
Que leva a dor de um condenado.

Nesta memória que nos padece,
Em cada verso será marcado:
Tudo tem fim no que envelhece,
Menos a perda de seu passado.

Incontinuidade

Aqui arranca os versos e lançam aos ventos
Talvez alguns podem não compreender
Ao estilo de uma vida simples
Um ambiente de costumes

Ter que se reinventar para ser visto
Pelo menos mais uma vez aqui
Não sei pela qual forma
Apenas sentirei

Um dia, um tempo, uma hora, um momento
Visita-me com seus olhos serenos
Espero ter tido aproximado
Num encontro sem tempo

E por fim,
fina flor
que me deixou
sem amor

Um verseto
de nanquim
finalizou
por aqui:

Esta dor
não se curou
nem passou
nem sumiu

Vida
minha
caminha

Agora
chegou

O fim