Frio

As luzes noturnas que guiam os perdidos
ouvem-se passos de estranhos por aí
a garoa não cessa, a garoa não para, a garoa
ao frio anestesia qualquer um que passa

Na estação dos trilhos de ferro o silêncio
deitado sobre os bancos, sem tatos
dor não clama mais, nem reclama
anestesia de meme é a rotina diária

Sonoros motores digestivos que tremem
as almas podem ir mas o corpo não
ilustram os concretos de todos os lados
petrificam e compõe parte da paisagem

Sob o esmo eterno cai redento em torpe
uma máquina automática subserviente...