Prisão

Eternamente impaciente, o tédio persistente
quem tira sangue de mim sou eu mesmo
incapaz de me mover, é o limite do espaço
quem diria que eu fosse mais um sádico

Nunca mais seria alcançado por um beijo
o que diria a ultima mãe que não tive
eu queimo a memória, e você me esquece
foi tudo desprogramado, estou sem relógio

Não me procure mais, não tenho o ser
estou perdendo uma vontade de existir
as unhas roçam e agridem meu rosto
são carinhos do desespero que aliviam

Este o berço do destino que machuca
sentado no canto mais escuro
antes de ver qualquer brecha de uma luz
tenho certeza que este não é mais aquele